Com crise sanitária em fase crítica, aumenta a demanda por doações; saiba como ajudar

ONGs retomam campanhas para socorrer mais vulneráveis na pandemia após o boom da filantropia de 2020

Fonte: Folha de S. Paulo
 

Organizações da sociedade civil voltam a se mobilizar para atender comunidades vulneráveis, em meio ao agravamento da crise sanitária, social e econômica da Covid-19. O Monitor das Doações, plataforma alimentada pela ABCR (Associação Brasileira dos Captadores de Recursos), chegou ao montante de R$ 6,5 bilhões destinados por empresas e pessoas físicas para o enfrentamento da pandemia entre 31 de março de 2020 e 28 de fevereiro de 2021.

Após crescimento vertiginoso no início da mobilização, as doações estacionaram no final do ano passado. Os dados apontam para um aquecimento diante da fase mais crítica da pandemia.
 

“Desde janeiro temos visto o volume de doações voltar a crescer um pouco, mas muito menos do que no início”, avalia João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR.

Segundo ele, a quantidade de doações no início da pandemia foi inédita e surpreendente. “Em parte a redução se dá porque a capacidade de doação é menor agora, e muita gente e empresas já doaram. Em parte porque outras causas foram se somando com o tempo, como as queimadas na Amazônia.”
 

prolongamento da pandemia, a ausência do auxílio emergencial e o aumento do desemprego formam um cenário propício para o aumento da fome no país, levando diferentes organizações a renovarem suas campanhas para levar alimentos às comunidades mais desassistidas.
 

Conheça as iniciativas e saiba como ajudar.
 

Brasil sem Fome
A ONG Ação da Cidadania, que promoveu a campanha Ação contra o Corona, um dos 30 destaques do Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, com a qual distribuiu 8.000 toneladas de alimentos, prepara agora a campanha Brasil sem Fome.

A ideia é fortalecer a corrente de doações para alimentar pessoas em todo o país. Para doar, acesse o site www.acaodacidadania.org.br.
 

Mães da Favela

A iniciativa da Cufa (Central Única das Favelas), que concorre na Escolha do Leitor, do Prêmio Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, abriu uma nova rodada de captação diante do agravamento da situação das 5.000 comunidades atendidas pela entidade no país.
 

O objetivo é repetir os resultados de 2020, quando foram distribuídas 1,3 milhão de cestas básicas.

As doações podem ser feitas pelo site maesdafavela.com.br.
 

A luta continua

A Rede Gerando Falcões será, de novo, a ponte que levará para as instituições cestas básicas digitais que serão distribuídas em suas favelas para as famílias em estado de vulnerabilidade. A proposta da campanha Corona no Paredão – Fome Não. uma das iniciativas de destaque no Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, é alimentar comunidades de São Paulo, Ceará, Espírito Santo e Minas Gerais. A meta é distribuir seis cestas básicas digitais para cada família atendida, chegando a 500 mil no total.
 

Socorro na Amazônia
campanha da ONG Saúde & Alegria atendeu no ano passado 52 mil pessoas em 18 municípios e territórios indígenas, quilombolas, ribeirinhos e assentados do Oeste do Pará. Para este ano, a ONG intensificou os esforços no combate à Covid-19.

Cilindros, concentradores e até mini usinas de oxigênio estão sendo destinados aos municípios. A ajuda para esta iniciativa por ser feita pelo site saudeealegria.org.br.
 

Oxigênio para o Amazonas

Diante do colapso de Manaus e região na segunda onda da pandemia, o movimento União BR, que concorre na Escolha do Leitor, do Prêmio Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, articulou parcerias com 20 empreas e entidades para doar seis usinas de oxigênio a hosptais públicos do Amazonas.
 

Os equipamentos substituem os cillindros de ar e podem atender até 90 leitos de UTI ininterruptamente. Outro frente é a distribuição de alimentos com foco em comunidades vulneráveis, organizações sociais e creches.
 

Renda minima para catadores

Destaque do Prêmio Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, a iniciativa de renda minima para catadores, idealizado pela organização Pimp my Carroça, garantiu R$ 650 em doação para 2.117 catadores, que perderam a fonte de renda do dia para noite, e distribuiu 97 toneladas de alimentos.
 

Com a diminuição das doações, a ONG criou a campanha “Viva os Catadores”, para reforçar a renda dos trabalhadores informais.
 

A categoria segue com dificuldades e sente falta das cestas básicas que alimentaram muitas famílias em siituação de vulnerabilidade social.
 

Impacto triplicado

O Matchfunding Enfrente Impacta Mais pretende mobilizar recursos para 10 iniciativas de organizações dinamizadoras que atuam na capacitação e fortalecimento de empreendedores de impacto. A cada R$ 1 doado, o Fórum de Investimentos e Negócios de Impacto investe mais R$ 2! Quem doar R$100,00 para qualquer um dos projetos participantes, ganha um ingresso para o Fórum de Investimentos e Negócios de Impacto 2021que acontece virtualmente entre os dias 8 e 10 de junho.
 

Organizado pelo ICE e o Impact Hub São Paulo, o fórum reúne investidores, dinamizadores e empreendedores do ecossistema de impacto positivo brasileiro.
 

Consultório na Rua

O projeto que proprociona atendimento médico à população de rua sentiu o baque da queda das doações. Em 2020, a ação #SeparadosSomos MaisFortes evitou que a Covid-19 se tornasse uma tragédia para quem vive sob pontes e viadutos na cidade. A iniciativa, que concorre na categoria Ajuda Humanitaria da Escolha do Leitor, está operando com 20% da capacidade. Para compensar a falta de kits de higiene, o álcool gel vem sendo fracionado. Das 10 mil máscaras mensais, hoje são apenas 500.
 

A equipe tem feito bazar, rifa, mas a demanda ainda é grande. As pessoas podem doar pela conta corrente 33732-4, agência 0211, do Banco Itaú, ou entregar doações na rua Sapucaia, 413, no alto da Móoca, máscara, kit de higiene, água, álcool em gel, roupas e cobertores.
 

Banco de Alimentos
Com 22 anos de existência, o Banco de Alimentos faz o que chama de colheita urbana e angaria alimentos que perderam valor de compra, mas mantêm o valor nutricional. "Em 2020 distribuímos o equivalente aos últimos dez anos. Doamos mais de 200 mil cestas básicas e 25 mil cartões vale alimentação.”, diz Mariana Fernandes, coordenadora geral da ONG. “Estamos focados no combate a fome, intensificada pela crise sanitária.

Precisamos de mais doadores de alimentos (indústria, supermercado, produtores) e doações de cestas básicas ou vale alimentação.”
 

As doações para o projeto podem ser feitas pelo site bancodealimentos.org.br.
 

Dá o que Comer
Protagonizada pela Coalizão Negra por Direitos, a campanha “Tem Gente com Fome, Dá de Comer” é um chamado aos brancos: O Brasil passa !!!. A meta é distribuir alimentos e produtos de higiene e limpeza para 222.895 famílias em situação de vulnerabilidade, em todas as regiões do Brasil, segundo o Geledés.
 

As contribuições podem ser feitas pelo site www.temgentecomfome.com.br.
 

Boas Ações no Combate à Fome
A ONG Atados, cuja plataforma une 2.800 entidades a 170 mil voluntários, vai promover no mês de abril, como celebração ao Dia das Boas Ações, uma campanha contra a fome. “O objetivo é arrecadar doações para compra de cestas básicas, que serão distribuídas para as ONGs parceiras”, diz Daniel Morais Assunção, fundador da Atados.
 

A ajuda deve ser feita pelo site atados.com.br/dba.
 

Quitanda Solidária
Iniciativa do Instituto Kairós, que fecha o ciclo de produção e consumo de alimentos, beneficiando produtores rurais e famílias atendidas: a quitanda solidária. “Fazemos o escoamento de produtos e, com ajuda da sociedade, doamos cestas em cinco municípios de Minas”, explica Rosana Bianchini, fundadora e coordenadora geral.
 

Hoje são atendidas 23 famílias de agricultores e há 230 famílias recebendo as cestas. “A ação está começando. Em cada comunidade a gente implanta uma horta. A proposta é que fiquem autônomos e produzam seus alimentos.”
 

Para ajudar, basta acessar o site quitandasolidaria.kairos.org.br.
 

Quatro Ações Emergenciais
O BSocial, plataforma de fomento à cultura de doação para organizações, centraliza recursos para quatro fundos emergenciais. O primeiro, Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações parceira, ajuda os moradores do Amazonas, estado castigado pela Covid-19.
 

“Há o fundo para o Rio contra o Corona, para a Cruz Vermelha de SP e o Hospital Santa Marcelina”, diz Mariana de Salles Oliveira, co-fundadora da BSocial. A ajuda para qualquer dos projetos pode ser feita pelo site Bsocial.com.br.
 

Fome de quê?
Frente Humanitária Lá da Favelinha e ACM Cafezal, um dos destaques no Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, distribuiu 178 toneladas de alimentos aos moradores das oito vilas que compõem o Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.
 

Agora, eles têm investido em ações culturais e pretendem retomar a distribuição de marmitas na comunidade, com o agravamento da crise. Doações podem ser realizadas pelo site ladafavelinha.com.br/projetos/frente-humanitaria.